sábado, 26 de maio de 2012

O Lápis e a Caneta


A caneta em sua tese é rígida, não tão fácil assim de quebrar. Nos dá a possibilidade de uma escrita firme, e até opções de cores. Mas caindo no chão de ponta, a possibilidade de funcionar novamente é quase zero.

O lápis por sua vez é frágil. Tem a escrita já não tão firme e a ponta ao cair no chão, no mais simples dos impactos pode se quebrar. Mas nada que um apontador não possa concertar e deixa-lo pronto para continuar escrevendo novamente.

Escrevendo com um lápis, ao errar, você tem a oportunidade de deixar ali escrito como aconteceu, ou apagar e refazer da forma correta. Ao se escrever com a caneta, não se tem a oportunidade de apagar. Na grande maioria das vezes rabiscamos, e até estragamos toda a história até então, por ter que jogar o papel fora. Prosseguir assim, rabiscado, ou com um corretivo por cima do erro? Pode ser que sim, mas as marcas ali ficarão.

E tentar escrever em uma situação onde o papel não esteja ali, onde se é de costume estar? Ah! Nessa hora o lápis tem lá suas vantagens, até contra a parede ele funciona muito bem! Por sua vez a caneta já não se sai tão bem, se não estiver sendo utilizada na posição correta, a tinta há de falhar.

Talvez encarando essa diferença entre o lápis e a caneta como momentos das nossas vidas, há situações onde está tudo de cabeça para baixo, e o que fazer? Deixar de escrever por a caneta não conseguir escrever na posição contrária, ou escrever com o lápis, que apesar da posição contrária continuaria escrevendo, mas ainda sim poder ser apagado?

Trazendo na situação onde às vezes caímos, e pensamos estar tudo perdido, porque encarar como uma caneta que ao cair de ponta no chão, a possibilidade de estar bem novamente é quase nula? Não seria melhor nos encararmos como o lápis que ao apontar, por mais que desgaste estaria pronto para começar a escrever novamente?

Observe a vida do lápis. Quão grande esforço tem que se fazer para que aquela escrita cinza venha a aparecer. Se desgastando, sendo apontado, podendo ter seu trabalho apagado, mas na sua simplicidade e humildade sempre dá a opção de se continuar. Ele não impõe, ele te sugere. E como acontece na vida, passando-se vai à história e o fim dele há de chegar. Sim, como nós ele terá um fim, mas, ao contrário da caneta que quando o conteúdo se esvazia e o corpo fica lá para ser jogado fora, o lápis se acaba e deixa apenas a história no papel do qual ele escreveu.

No entanto talvez esse meu pensamento seja apenas um devaneio, em meio a momentos de incertezas, mas que me leva a pensar no que realmente seria interessante. Escrever a nossa história a caneta para que ninguém consiga apagar ou, escrevê-la a lápis de tal forma que, ninguém queira apagar? ...

Marco Rodrigues

Um comentário:

  1. Interessante esses seus devaneios!!!
    Apesar d gostar e fazer mtas metáforas..analogias..mas nunca parei para observar isso..
    Acredito q a escrita a lápis, apesar d mais frágil.. mas é a mais adequada!
    Abraço

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