A caneta em sua tese é rígida,
não tão fácil assim de quebrar. Nos dá a possibilidade de uma escrita firme, e
até opções de cores. Mas caindo no chão de ponta, a possibilidade de funcionar novamente é quase zero.
O lápis por sua vez é frágil. Tem
a escrita já não tão firme e a ponta ao cair no chão, no mais simples dos
impactos pode se quebrar. Mas nada que um apontador não possa concertar e
deixa-lo pronto para continuar escrevendo novamente.
Escrevendo com um lápis, ao
errar, você tem a oportunidade de deixar ali escrito como aconteceu, ou apagar e
refazer da forma correta. Ao se escrever com a caneta, não se tem a
oportunidade de apagar. Na grande maioria das vezes rabiscamos, e até
estragamos toda a história até então, por ter que jogar o papel fora.
Prosseguir assim, rabiscado, ou com um corretivo por cima do erro? Pode ser que
sim, mas as marcas ali ficarão.
E tentar escrever em uma
situação onde o papel não esteja ali, onde se é de costume estar? Ah! Nessa
hora o lápis tem lá suas vantagens, até contra a parede ele funciona muito bem!
Por sua vez a caneta já não se sai tão bem, se não estiver sendo utilizada na
posição correta, a tinta há de falhar.
Talvez encarando essa
diferença entre o lápis e a caneta como momentos das nossas vidas, há situações
onde está tudo de cabeça para baixo, e o que fazer? Deixar de escrever por a
caneta não conseguir escrever na posição contrária, ou escrever com o lápis, que
apesar da posição contrária continuaria escrevendo, mas ainda sim poder ser
apagado?
Trazendo na situação onde às
vezes caímos, e pensamos estar tudo perdido, porque encarar como uma caneta que
ao cair de ponta no chão, a possibilidade de estar bem novamente é quase nula?
Não seria melhor nos encararmos como o lápis que ao apontar, por mais que
desgaste estaria pronto para começar a escrever novamente?
Observe a vida do lápis. Quão
grande esforço tem que se fazer para que aquela escrita cinza venha a aparecer.
Se desgastando, sendo apontado, podendo ter seu trabalho apagado, mas na sua
simplicidade e humildade sempre dá a opção de se continuar. Ele não impõe, ele
te sugere. E como acontece na vida, passando-se vai à história e o fim dele há
de chegar. Sim, como nós ele terá um fim, mas, ao contrário da caneta que
quando o conteúdo se esvazia e o corpo fica lá para ser jogado fora, o lápis se
acaba e deixa apenas a história no papel do qual ele escreveu.
No entanto talvez esse meu
pensamento seja apenas um devaneio, em meio a momentos de incertezas, mas que
me leva a pensar no que realmente seria interessante. Escrever a nossa história
a caneta para que ninguém consiga apagar ou, escrevê-la a lápis de tal forma
que, ninguém queira apagar? ...
Marco Rodrigues