sábado, 13 de outubro de 2012

Identidade


“No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo, onde a dor e a saudade contam coisas da cidade...”

                Se você lembra-se desse trecho de música, se é do seu tempo ou apenas ouviu alguma vez, deve ao menos entender o contexto do que dizem as letras de uma música. Em um mundo muito distante do qual vivemos, em um tempo remoto as músicas traziam em suas letras os sentimentos e pensamentos do qual o compositor queria compartilhar com quem a ouvisse. Seja no ritmo Sertanejo, Rock, Romântico, Samba ou o que for de sua preferência, o ponto forte da música sempre foi expor aquilo que se pensa, era a nossa identidade.  Então o que aconteceu com os tempos atuais? Será que a identidade da nossa sociedade (brasileira), está em “eu quero tchu, eu quero tcha”? Será que o momento da nossa nação hoje não tem mais espaço para alguma letra que proteste contra tudo que vai mal? Ou alguma inspiração que venha trazer esperanças? Será que temos que nos concentrar em sair por ai gritando “Que hoje vai rolar o Tche Tche re re Tche Tche”? Não quero nem me arriscar a colocar letras de Funk Carioca...
                Com certeza você já ouviu alguém com essa indagação: “Hoje não existem mais pessoas inteligentes como antigamente”. É, se for analisar pelo que é imposto a nós hoje, não mesmo. E vai ficar cada vez pior. Porque hoje em dia, educar seus filhos é crime. O certo hoje é os deixarem crescerem livres e soltos, sem regras, sem limites. Ai eles crescem, batem nos pais, matam pessoas no trânsito, vão para cadeia, viram assassinos, e são protegidos pelos “Diretos Humanos”. Só não se esquecendo de dizer que quem paga as contas, somos nós. E o que tem a ver a música com tudo isso? Bom, muito simples.
                Se antes tínhamos jovens dizendo que:

 “Todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou. Mas tenho todo o tempo do mundo...” (Legião Urbana) .

 Hoje temos

Eu conheci uma menina diferente me apaixonei assim tão de repente. Nunca pensei que pudesse gostar de uma garota que só sabe me esnobar...”(Restart).

Mais um exemplo? Leia a letra da música “Não fuja da dor” Titãs http://letras.mus.br/titas/84583/)

E compare com essa dos tempos atuais: http://www.letras.com.br/#!mc-katia/na-arte-do-sexo

A música nada mais é que o reflexo do que vivemos. É a nossa identidade e por pior que possa parecer é a mais pura verdade. As rádios tocam o que o povo quer ouvir e, a maioria, quer isso. Não querem mais refletir, não querem mais lutar por nada, não querem enfrentar a dor. Hoje a onda e ir ao baile Funk, pegar várias “vadias”. Hoje a moda é crianças de 12 anos ficarem postando no Facebook que estão apaixonadas, morrendo de amor, que a vida não faz mais sentido porque levou um fora do Ricardinho da 7ª B! Hoje é “O pente é o pente é o pente!”
E em tudo se resumiu há dois anos com chave de ouro. Os pensamentos se transmitiram e confirmaram o quão estamos sem senso do que é certo e do que é errado (ao bem comum de todos nós). Vote Tiririca, pior do que tá não fica!

Não me pergunto aonde chegamos. Pergunto-me aonde chegaremos.

Marco Rodrigues

2 comentários:

  1. Eu nem me pergunto, pois tenho medo do que possa ser o futuro....

    ResponderExcluir
  2. O problema é que existem sim músicas boas, mas não é interessante para as grandes mídias divulgarem algo que não será mais lucrativo, visto que a lavagem cerebral já foi feita na maioria da população. Resta à nós, a minoria, fazer aos poucos a nossa parte.

    ResponderExcluir